Apesar das dificuldades de 2020, as mulheres donas de negócios conseguiram encontrar maneiras de levar suas vendas para o digital – uma taxa 32% maior do que a dos homens.
No dia 19 de novembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemora o Dia do Empreendedorismo Feminino com o objetivo de atrair a atenção mundial para o impacto econômico e social das mulheres como protagonistas de negócios.
Neste ano, a força econômica feminina teve uma grande baixa, com 52% de negócios fechados (temporariamente ou de vez), de acordo com a Coordenadora Nacional de empreendedorismo feminino SEBRAE, Renata Malheiros. Mas apesar das dificuldades, as empreendedoras foram também as que mais conseguiram encontrar maneiras de levar seus negócios para o meio digital, estima-se que cerca de 32% a mais do que os homens.
Segundo uma pesquisa do Sebrae em parceria com o FGV, cerca de 69% das empresárias já vendiam ou passaram a vender online. Isso mostra que inovação e disposição para se adaptar também são características das empreendedoras, que têm um perfil mais jovem do que o masculino e um nível de escolaridade 16% superior ao dos homens.
Como é o caso da fundadora da startup de psicologia Vittude, Tatiana Pimenta. Ela é engenheira de formação e trabalhou em gigantes do setor como Grupo Votorantim, Camargo Corrêa e Hilti. Ela resolveu criar um blog (em 2016) depois que sentiu dificuldades de encontrar um psicólogo para si e para seus pais. O próximo passo foi virar um buscador on-line de estabelecimentos físicos de psicólogos e depois obter autorização do Conselho Federal de Psicologia para operar consultas online. Este ano, a empresa recebeu um aporte de 4,5 milhões de reais.
Outra empreendedora jovem que está abrindo espaço num mercado bastante masculino é Mariana Vasconcelos. Em 2014, ela fundou e preside a Agrosmart, uma startup que une o agronegócio e a tecnologia, e atua no monitoramento de plantações fornecendo informações em tempo real. O objetivo é ajudar na tomada de decisões para garantir o melhor proveito de cada safra e tornar a produção agrícola mais sustentável – ela garante o menor consumo de energia e de água, aumentando a produtividade em até 20%.
Com o passar dos anos, cada vez mais mulheres se arriscam em abrir novos negócios porque têm uma ideia ou vêem uma oportunidade de ganhar dinheiro. Uma pesquisa do Sebrae Minas, realizada entre 2013 e 2019, mostrou que o número de mulheres microempreendedoras que decidem abrir o seu próprio negócio aumentou em 124%. De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor, em cooperação com o Sebrae, existem aproximadamente 24 milhões de mulheres empresárias no Brasil. O número de homens é de 25 milhões.