No trabalho, mulheres desenvolvem autoconfiança com o tempo

Alguns fatores contribuem para o desenvolvimento da confiança feminina. Mulheres mais jovens costumam ter baixa autoconfiança mas a desenvolvem com o tempo.

Você se considera uma mulher autoconfiante, daquelas que vai atrás do que quer? Ou você vacila e demora um tempo até tomar iniciativa para atingir seu objetivo? No âmbito geral, as mulheres não se arriscam tanto quando estão em busca de uma vaga de emprego ou pensam em abrir um novo negócio.

Numa concorrência por emprego, por exemplo, elas costumam se candidatar às vagas quando preenchemos 100% dos critérios recomendados enquanto os homens se inscrevem com 60% – os dados são do próprio LinkedIn. Essa atitude resulta em 20% a menos candidaturas em relação a eles.

Da mesma forma nos negócios. Dados da WeConnect, organização internacional que busca conectar mulheres e fomentar negócios, mostram que 62,1% dos homens afirmam ter capacidade para iniciar e gerir um próprio negócio, enquanto as que têm essa autoconfiança são 47,7%.

Mas porque será que as mulheres têm menos autoconfiança  do que os homens? O instituto de pesquisa Kantar (2018) mapeou cinco fatores que contribuem para isso:

Autonomia financeira (24%)

Ser independente é uma aspiração fundamental para a autoconfiança de todas as mulheres. Ter acesso ao seu próprio dinheiro, controlar seus próprios gastos são fatores essenciais para a geração desse milênio.

Autonomia sexual e corporal (23%)

A percepção de que nossos corpos femininos são constantemente observados e julgados (inclusive nos ambientes de trabalho) é algo que nos deixa abaladas. Essa discussão sobre o que vestimos, se estamos no peso “certo”, se nos achamos bonitas permeia questões desde autoconfiança, autoestima e até mesmo segurança.

Liberdade de pensamento e expressão (22%)

Embora a liberdade de expressão esteja disponível a todes graças à internet, a liberdade de muitas mulheres é severamente limitada por uma combinação de pressões sociais, expectativas internas de como se posicionar em sociedade e falta de representação.

Representatividade (16%)

As mulheres sentem falta de representação na mídia e na esfera pública. Sentem falta de se identificar e se ver de todas as formas, tamanhos, etnias, papéis sociais e profissões tenham voz. Sem essa validação é difícil se imaginar atingindo seus objetivos, independente das oportunidades.

Conexões sociais (15%)

As mulheres frequentemente lutam contra a sensação de que estão sozinhas em seus interesses ou batalhas e não têm espaço em público para expressar seus sentimentos. Uma forma que encontram validação é através das conexões pessoais próximas ou pela internet.

A autoconfiança vem com o tempo

A boa notícia é que para elas essa autoconfiança é adquirida com o passar do tempo, mais até do que os homens desenvolvem. Um artigo publicado na Harvard Business Review mostra que, em termos gerais, as mulheres aumentam a autoconfiança em 29 pontos percentuais entre os 25 e 61 anos, enquanto eles crescem apenas 8,5 pontos – três vezes menos.

É possível que o baixo nível de confiança quando jovem as motive a ser mais resilientes e receptivas em relação aos comentários dos outros. E essa empatia se mostra mais efetiva com o tempo.
O mesmo estudo indica uma tendência semelhante nas percepções de eficiência em liderança, essa classificação aumenta à medida em que ficam mais velhas. Em idades mais jovens, as mulheres se classificam em notas significamente mais baixas dos que os homens e os superam quando envelhecem.

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